sábado, 16 de agosto de 2025

Curitiba PR 09/08/25

Vou contar uma coisa, em 2009 eu fui com Cassiba até lá perto de Curitiba um pouco antes de São José dos Pinhais.

Dali entramos para rodovia Regís Bietencourt que vai para São Paulo, mas claro em alguns kilometros entramos na rodovia BR 277 que vai para o litoral Paranaense.

Ao total rodamos 320Km, a maior distância da minha vida até ali.


Desde então, venho sonhando em pedalar até Curitiba realmente...

Com certeza não é uma tarefa facil, pois são muitos os obstáculos fora o medo dos riscos da rodovia!

Mas este ano finalmente conheci alguém que partilha dos mesmo gostos por pedalar longas distancias, independente das dificuldades que possam bloquear a mente e impedir a gente de ser feliz fazendo o que gosta na estrada.

Já tinha comentado com ele nos nossos outros pedais sobre essa viagem e na terça feira a noite mandei o convite para ele.

A mensagem pelo watts foi assim: Bora sexta de madrugada partir pra Curitiba??

A resposta foi: Tô dentro, qual horário e ponto de encontro?

Expoville as 4 da manhã, pois a previsão do tempo diz que vai chover até as 3 horas da matina e vai ser uma noite de frio extremo...

Pra mim tá ótimo, tomara que não chova pelo menos...


Na sexta 21 horas o céu começa ficar estrelado, então ele manda mensagem se podíamos antecipar a saída para meia noite e meia na Expoville.

Gostei muito e mesmo tendo um dia estressante no trabalho, as 23:30 estava partido de casa para encontrar o amigo.

Realmente estava muito muito frio, mas depois que começa pedalar já esquenta né

Fui bem de boa pra não gastar energia, até porque estava semanas sem pedalar...

Cheguai lá o Henrique já tava esperando e já me deu uma rodada de lanche completo com pizzas e pão com ovo.




No horario pontualmente partimos num ritmo moderado.
A noite estava muito gelada e depois de Pirabeiraba baixou uma forte serracão pra ajudar hehe
Passamos Garuva e logo estávamos no pedágio no inicio da Serra do Mar.
Para nossa sorte a medida que íamos subindo a serração ia sumindo, mas o frio aumentando e agora com aquele vento gelado naquela região.
A escolha do horário foi perfeita, quase sem movimento nenhum na rodovia!
Pouco antes da curva da Santa paramos para colocar mais agasalhos ou qualquer outra coisa que protegesse do frio e aproveitamos para fazer um rápido lanche porque não dava pra ficar muito tempo parado mesmo hehe







Continuamos subindo, o Céu estava lindo com uma Lua cheia maravilhosa.
Mas a serra é cercada por montanhas e vegetacão então não dava pra ver a toda hora.
Chegamos no topo da Serra, passamos a entrada do Castelhanos em seguida a Polícia Rodoviária Federal.
Até a barragem da Vossoroca achei bem longo e demorado esse trecho.
O frio aumentava conforme íamos subindo e antes da entrada para Tijucas do Sul fizemos uma parada de emergência no posto de combustível.
Pegamos água, sentamos e tomamos alguns cafés bem quente e descansamos bastante.
A gente olhava para fora e via as arvores balançando com o vento kkk
A vontade era de ficar ali dentro e não sair nunca mais!
O Henrique aproveitou para comprar mais uma luva pra botar por cima da outra o que mais pra frente viu que não ajudou muita coisa.
Dei a ideia de enfaixar os pés com papel higiênico o que ajudou para nós no começo mas lá pra frente os pés voltaram a doer de tanto frio, assim como os dedos das mãos também kkk
Mas agora chega de Mi Mi Mi, bota bunda nesse selim e pedala essa coisa!








Até na PRF a serra está toda iluminada e depois dali é escuridão total.
Mas era pra isso que estávamos ali aquela hora, pois gostamos de pedalar durante a noite na escuridão de preferencia né.
Então logo começou amanhecer e o frio aumentava mais ainda, o termômetro marcava 3 graus e o Sol ia aparecendo mas parecia que ficava mais frio.
Quase 8h chegamos na cidade de São José dos Pinhais, onde paramos para tirar uma foto e pegar um pouco de sol pra ver se esquentava.
Foi bom pelo menos os dedos dos pés e das mãos descongelaram kkk

Continuando a viagem agora seguimos pela ciclovia que atravessa a cidade inteira, inclusive a próxima que era nosso objetivo.
Chegamos em Curitiba e tocamos direto para o Jardim Botanico.
Chegamos lá não é permitido entrar com bicicleta, então precisamos revezar para ir a pé até la dentro mais próximo da estufa.
O clima parecia que estava mudando e foi ficando friozinho de novo.
Então embarcamos na bike e iniciamos o retorno.











Confesso que se perdemos um pouco pra conseguir achar a direcão correta para onde queriamos ir.
Mas também a cidade é enorme, cheia de avenidas para todo lado e cada um que perguntavamos tentava ajudar falando uma coisa diferente da outra...
Ainda bem que o Henrique interompeu uma batida policial pra perguntar pro Sr. políca o caminho certo kkk
Depois confirmamos com outro ciclista raiz com uma linda mtb GT aro 26.
Achamos o caminho mas antes de continuar paramos num posto para hidratar e fazer o lanche.
Depois continuamos na rodovia que são retas intermináveis e cheio de sobe desce, mas com ótimo acostamento.
Agora barriga cheia, o Sol forte, tudo bem que não esquentava muito mas tava bom, comecei ficar com soninho e quase cochilava na bike.
Rodamos mais alguns kilometros e decidimos parar para descansar, tentar dormir mesmo uns minutos.
Senão me engano eram 12:45h e ficamos ali deitados no chão na beira da rodovia até 13:10.
Mais 5 minutos para arrumar tudo e partimos.
Para nossa grata surpresa rodamos poucos kilometros e comecou a longa descida de 14 kilometros.
Coisa boa, além de estar me sentindo super bem novamente, era só deixar a bike correr! 









Quando acaba a descida já estamos próximos da entrada para Morretes.
Passamos direto e logo a frente entramos na Estrada da Limeira que também liga Paraná a Santa Catarina e sai lá em Garuva.
Paramos na mercearia que o Henrique sempre gosta de parar quando vai praquelas bandas.
Tiramos as roupas quentes, comemos e hidratamos bem para os próximos 60Km de estradão de chão batido com muito buraco e pedras soltas, sem contar dos 4 kilometros de subida ingrime logo ali no comeco.
Realmente a serra acabou comigo, o Henrique sumiu na frente e fui ali na marcha mais leve que tinha no ritmo mais leve que podia, mas sem parar claro.
Reclamando sempre mas sem parar de fazer forca né por favor kkk 






E assim vai a estrada parece que não acaba nunca e foi comecando escurecer novamente!
Antes de chegar em Garuva já tinha escurecido por completo, mas não tem o que fazer né, é acender o farol e continuar!
Apesar do cansaco as pernas ainda respondiam bem e dava pra manter o ritmo não muito forte constante.
Finalmente chegamos na cidade Garuva e logo já estavamos seguindo pela BR 101 que era a via mais rápida com certeza e tudo que queria naquela hora era só chegar em casa hehe

Até que na 101 o pedal realmente rendeu bem e conseguiamos acelerar bem.
Ganhamos bastante tempo por ali e no trevo do distrito industrial de Joinville nos despedimos e cada um seguiu seus últimos 12km até em casa.
Acho que eram aproximadamente 20h quando cheguei em casa bem cansado mas com aquele sentimento de supercão e felicidade porque Amo Pedalar!
Memorias criadas para mais 50 anos com sucesso!!!
Agradecimento especial ao parceirão Henrique que ajuda, apoia e não abandona nunca o companheiro ferido hehe
Agradecer a Deus por nos proteger, pois até quem não acredita, quando esta lá longe de casa, sentindo inseguranca vai acabar pedindo ajuda e protecão hein!

ATÉ A PRÓXIMA E AQUELE ABRACO!!!




Ultra Maratona dos Perdidos 19/07/25

 Meu sonho era correr essa prova de montanha tão tradicional.

Mas devido outras prioridades optei por voluntariar-me como Staff ( apoio/suporte ) e não gastar a grana da inscrição. 

Desde o início do ano aguardando até que algumas semanas atrás fui convocado para Fecha Trilha da prova de 50km.


Este ano o Anderson Barbacovi ( campeão e organizador de corridas de obstáculos ) e morador na nossa cidade me convocou para este trabalho. 

Nesta edição o organizador oficial contratou esse organizador pra organizar a equipe de apoio hehe

Claro que aceitei na hora, ele convidou também o Cassiba e Miranda para serem os Abre Trilha, porém acabaram ficando no importante PC e Ponto de Corte do kilometro 26, onde também fizeram a entrega de água e comida aos competidores.


Essa competição é em Tijucas do Sul PR, então esquematizamos para sair da minha casa às 2h da madrugada de sábado, pois precisávamos estar lá às 3:30 da matina...

Para ajudar era uma das noites mais frias do ano estavam 2°C

Chegamos lá em cima do laço e precisamos ser rápidos para decidir levar muita roupa de frio ou passar frio até amanhecer o dia.

Os dois pegaram tudo que podiam e já embarcaram na pick-up do Anderson para leva-los montanha acima no seu local.

Eu fiquei ali tomando café e comendo, pois meu horário era só 6h para largar junto com pessoal. Também passei bastante frio, mas logo era o momento da largada.


Amigo Locultor Rodrigo Dias

Mesa do café para Staffs












Foi dado início a competição as 6h e ainda era noite.
Para os 50k tinha menos atletas que nas outras distâncias de 25 - 10 - 5k e isso deixou a prova mais rápida, ou seja, na saida foi pernas pra quem tem!
Fiquei atrás e já fui acompanhando quem queria se poupar, pois sabiam que tinha muita montanha pela frente e já na saída dava de cara com uma subida enorme na estrada e depois já entra pelo meio das fazendas da região até no início realmente da trilha da Cruz, depois da Corujinha e finalmente a trilha que leva ao topo do Araçatuba. 


Fernando do Nomades

Anderson do Gambás

Subimos até no Aracatuba e já descemos pela trilha da Lapinha.
Fui conversando e trocando altas idéias com o casal que fiquei acompanhando e logo estavamos na estrada ao lado da fazenda da largada.
Dali continuamos muitos kilometros pela estrada e para minha grata surpresa passei pelo pessoal da Gambás Trail ao qual meu parceiro de fecha trilha na prova Jaraguá Sky, o Anderson que também é o lider dessa equipe estava lá apoiando e incentivando os competidores.
Claro que parei para dar um abraco no amigo da montanha e continuar minha tarefa.

Depois entramos novamente em trilhas e foram muitos sobe e desce pelo caminho!
Nesse momento o sol ficou forte e o casal precisava chegar no ponto de corte até 12:00h...
Faltando 10 minutos para fechar o horario, finalmente encontramos o Cassiba e o Miranda no PC que também estava o cara gente boa Barreto aqui de Joinville.
A festa foi grande e sentamos, comemos tudo que tinha direito, pegamos água mineral e tomamos muita coca coca hehe
Corri no mato para tirar a meia calca que estava por baixo da calca e já comecamos puxar o casal pra voltar pra prova, caso contrario não conseguiriam passar no próximo ponto de corte no 37Km antes de comecar subir o Morro do Céu.


Deixei minha mochila e varias roupas pois estava muito quente e tinha muita subida pela frente.
O Miranda e Cassiba ficaram ajudando o Barreto juntar tudo e organizar para chamar o Anderson com a caminhonete para buscar tudo.
Mas logo seguiram atras de nós e alguns minutos depois alcancaram a gente.
Continuamos todos juntos e quando chegamos no kilometro 37 já passava um pouco do horario determinado.
Paramos mais um pouco para comer mais batata frita, bala de goma, pacoquinha e muita coca cola e o casal pediu para continuar só para conhecer o Morro do Céu.
Claro que estava ali pra ajudar e fomos indo pra frente.
Porém faltavam alguns kilometros até no início da grande subida e fomos encontrando vários atletas que já tinham ido lá em cima e estavam voltando para continuar a rota.
Todos comentaram que o morro era bastante longo e ingrime e a partir daquele ponto seriam aproximadamente uma hora até lá em cima...
O casal ficou pensando com Miranda e aproveitei para correr no mato descarregar peso da barriga hehe
O Cassiba aproveitou para ir correndo na frente pra não ficar muito tempo parado e desaquecer o motor hehe

Voltei rapidinho e o casal agradeceu e optou por voltar dali, pois estavamos bem perto do PC ainda.
Comunicamos a base via radio e metemos marcha pra continuar.
Eu e Miranda comecamos a subir o tal morro... não imaginava que era tão dificil assim... acredito que foi a pior subida do percurso inteiro.
Mas ainda tinhamos alguma energia guardada e xingando e reclamando o tempo inteiro, finalmente chegamos no topo!
Lá em cima é lindo e ficava melhor com a sencasão de conquista de uma montanha que ouvia falar muito mas não conhecia.
Outra coisa boa é estar num lugar desse com um amigo que consideramos tanto nessa vida!
Ali também tinha um controle e água geladinha.
Mas não da tempo pra ficar parado, já comecamos o trajeto de volta que circula o topo e desce pelo outro lado que apesar de mais longo é uma antiga estrada bem mais facil.
Nesse momento comecou baixar uma forte serracao que encobriu o sol e foi ficando friozinho.
 

Topo Morro do Céu


Metade da subida do Céu



Desbravador Vitão

Descemos tudo de novo e antes de passar novamente pelo PC 37Km, foi a vez do Miranda ir descarregar no mato!
Ali no 37k agora a gente segue pela trilha ao lado e vai para outro morro.
Agora era um sobe e desce enorme até chegar no início da subida do Morro da Moréia.
Sempre correndo onde dava e caminhando rápido onde não dava, chegamos no topo da Moréia onde encontramos o Desbravador Vitor que também era Staff socorrista da prova.
Ele optou por voltar até lá no 37 e esperar alguém vir buscar.

Continuamos mata adentro, descemos tudo e comecamos a subir o Morro da Baleia.
A foto abaixo é no topo da Baleia com a Moréia no fundo.
Mais uma vez ficamos maravilhados com a paisagem e agora estavamos em cima do nevoeiro, mas para outro lado ainda tinha bastante vista.

O desafio agora era descer tudo de novo e encarar o temido inferno Verde, uma parte de trilha muito fechada com vários obstáculos pelo caminho e continuacao da subida para o topo do Aracatuba novamente, mas pela face Sul.




Chegando na Aracatuba lado sul


Chegamos no topo do Aracatuba, vento forte e frio.
Muita gente acampando no cume, também olha só o visual...
Não temos tempo para ficar admirando, precisamos descer rápido pois tá frio e escurecendo.
Seguimos pela trilha da Lapinha novamente e antes do riozinho a noite caiu.
Acendemos nossas lanternas de cabeca, colocamos corta vento e continuamos.
O cansaco já tomava conta do corpo, mas a vontade de completar o percurso era muito maior!
Quase 19h chegamos no fim do percurso com 54km de corrida.
Claro que se tivessemos competindo esse tempo seriamos desclassificados, mas como estavamos acompanhando de Fecha Trilha e somente passando dos 30 kilometros pudemos fazer uma corrida, não tinhamos como chegar antes, afinal primeiro o trabalho que fomos contratados depois a diversão!

Mesmo estando ali a servico, sou extremamente grato ao Anderson e toda organizacão da prova pela oportunidade de participar desta corrida de montanha tão famosa!
Obrigado aos amigos pela companhia também e a Deus por nos proteger na viagem.
ATÉ A PRÓXIMA E AQUELE ABRACO!!!