sábado, 28 de julho de 2012

Marumbi : A Grande Odisseia (21/07/12-Mais um texto exclusivo do Cassiba)



Grandes planos foram feitos, inclusive uma reunião tecnica uma semana antes da chegada do grande momento, em que embarcamos nessa que foi uma das maiores aventuras de todas as nossas vidas. Muitas pessoas que ouvem falar no Conjunto de Montanhas do Marumbi não imaginam o que realmente é aquela bela paisagem de cartão postal.
Nossas vidas mudaram completamente depois dessa montanha ao ponto de imaginar que nossas vidas de montanhismo se dividem em antes e depois do “Marumbi”. Digo isso porque para chegar até a base da montanha já é necessária toda uma logística envolvendo carro, ônibus e até trem, com horários definidos e onde não poderíamos perder tempo algum, muitas vezes até corremos quando se fazia necessário.
Bem mas, vamos ao que interessa, nossa aventura começou pra mim às quatro horas da manhã do sábado dia 21 de julho (para o Maneca as três horas, acho que ele não conseguiu dormir direito), quando meu celular tocou desesperadamente e percebi que se tratava do Maneca e o Sidnei que chegarão em minha casa com ½ hora de antecedência. Ele realmente estava muito ansioso, tiveram que me esperar um pouco, mas logo desci e fomos para a rodoviária de Joinville para a primeira parte da viagem rumo a Curitiba.



A viagem foi bem rápida e penso que todos conseguiram dormir quase o tempo todo, e quando percebemos já estávamos em Curitiba e nossa palavra de ordem era correr para pegar o trem e logo chegar à montanha. Pode se dizer que a ansiedade tomava conta de todos, eu não conseguia parar de comer e o Maneca não conseguia colocar nada na boca.   Mas o trem partiu, com certo atraso para delírio da galera que contava os minutos (o quanto antes chegássemos lá, mais tempo teríamos para realizar a subida). Mas não poderíamos fazer nada, já estava atrasado mesmo e o jeito agora era relaxar e curtir a viagem.









A viagem de trem fazia parte do pacote e sempre pensamos em fazer esse roteiro, mas confesso que a montanha não saia da nossa cabeça e a cada minuto que se passava o nervosismo aumentava fazendo com que quase nem prestássemos atenção no caminho. Mesmo assim conseguimos aproveitar os mais importantes, a represa, a hidroelétrica, as cachoeiras, os túneis, os cânions e principalmente as pontes. Ah! Não posso esquecer-me do Santuário de Nossa Senhora do Cadeado, um dos lugares mais belos que já vimos na vida. Existem diversas trilhas entre Curitiba e Morretes. Passamos por vários mochileiros no caminho.









O passeio saía-se muito bem com vistas cada vez mais deslumbrantes a cada curva, só que tínhamos uma missão a cumprir e nosso destino já estava chegando perto. Era possível avistar o Cjto. de montanhas do Marumbi quanto uma voz ecoou dentro do trem; era nosso guia a anunciar para que os montanhistas de plantão poderiam pegar seus equipamentos que o trem pararia em minutos e então começaria nosso sonho/aventura realmente.









O trem parou e então a ficha caiu, pensamos que a partir de agora era para valer e a tão esperada hora chegara. Pulamos do trem como crianças desesperadas para brincar no quintal depois de uma semanada de chuva. Deixamos alguns equipamentos na associação para não levar coisas desnecessárias, ou seja, peso que poderia atrapalhar nossa subida. Já havíamos feito nossa escolha, era o Olimpo e se sobrasse algum tempo mais um ou dois picos.









Queríamos correr, pular, voar e se embrenhamos mata adentro com muita vontade. No inicio a trilha parecia bem fácil com pouca inclinação, mas com o passar do tempo às coisas foram mudando rapidamente, parecia que estávamos no Jurapé (montanha bem conhecida aqui na região de Joinville), por alguns instantes e logo percebemos que não passava de mera coincidência. Era bem mais complicado e difícil do havíamos imaginado e que teríamos que suar a camisa para alcançar nosso objetivo.     




                          
Encontramos muitas pedras, troncos, cordas, correntes e grampos, muitos grampos pelo caminho. Eram necessários pernas e braços para se locomover pela trilha, realmente era a montanha mais impressionante que nós havíamos subido em toda a nossas vidas de mortais montanhistas. 

















Realmente não foi fácil, mas o empenho valeu a pena e conseguimos chegar ao topo dos 1539 mts de altura e com certeza a recompensa foi sem duvida muito grande. Isso porque a vista de lá é esplendorosa, com um dia perfeito , céu azul e sem neblina  era possível avistar Curitiba, Paranaguá, Morretes e demais cadeias de montanhas da região. Os  Montanhistas que já estavam no topo até comentaram que era um dos dias mais bonitos que já presenciaram lá em cima.
Ficamos com vontade de passar à tarde lá no topo, apesar do vento que sobrava sem parar parecendo às vezes que iria nos varrer daquele lugar. 












Mas precisamos descer, pois como diz o ditado: o Tempo ruge! e sabíamos também que a descida não seria muito fácil. Se descêssemos pela trilha branca que foi a qual subimos, passaríamos pelos mesmos obstáculos da subida e ainda não veríamos nada de novo e ainda em conversa com os outros montanhistas que estavam no topo fomos convencidos a descer pela trilha vermelha, assim observando outras emoções e outros picos.
                Assim começamos a descer e já no inicio percebemos que as duas trilhas eram bem parecidas e que o esforço para descer seria bem semelhante ao da subida. 





No caminho até a Ponta dos Tigres passamos por raízes, pedras, correntes e eles novamente grampos, muitos grampos os nossos companheiros inseparáveis. Uma paradinha na Ponta dos Tigres para uma conversa com outros montanhistas, uma hidratação rápida até porque a água estava no restolho e o negócio era seguir nosso caminho em direção à base da montanha.










 Não tínhamos muito tempo para fazer nossa descida, mas mesmo assim conseguimos aproveitar bem para fazer algumas fotos e até alguns vídeos, para mostrar para nos colegas que não puderam ir conosco e que nos acompanham no blog observar o que realmente é aquela montanha. 













Com muito cansaço descemos até encontrarmos um grupo de montanhistas, que também desciam e nos informaram que faltava muito pouco. Enfim chegamos à base da montanha, agora precisávamos pegar uma água num córrego e sentir a sensação de missão cumprida, que em nossa opinião naquela ocasião  era muito bom.








Chegamos à associação e recebemos a informação de que o trem já estava a caminho, perfeito pensamos, não teremos que ainda andar até Morretes para pegar o ônibus e chegar a Curitiba as 10h00minhs da noite. Pegamos o trem com a certeza de que nunca as coisas deram tão certo, um perfect day de verdade. Nesse instante era só chegar em casa, nosso único pensamento, dar um alô para nossas mulheres, tomar aquele banho e descansar feliz da vida.




Em Curitiba tivemos que esperar bastante nosso ônibus para Joinville, isso talvez por conta da demora do trem que ficou parando muito na viagem. Mas tudo isso foi superado quando embarcamos para nossa cidade de origem, foi uma viagem bem tranquila em cima do motor do ônibus, que quando freava na serra fazia um barulhão, tudo bem estava valendo. 


Chegamos a Joinville e a alegria tomou conta de todos, enfim estamos em casa e o negocio era correr pros braços de nossas amadas que nos apoiaram em mais uma aventura fenomenal.
Para finalizar só gostaríamos de agradecer a todos que colaboraram para que nosso sonho fosse realizado e esperamos tão logo poder voltar naquele lugar maravilhoso. Fiquem na paz e até a próxima ... Cassiba Jr.